Santa Catarina: tragédia ou impacto ambiental?
Vendo as trágicas cenas de Santa Catarina nos noticiários, me pergunto se poderíamos ter evitado tais cenas?
Ultimamente estamos tão preocupados com o progresso que nos esquecemos da mãe natureza; destruindo matas, derrubando arvores, cimentando a terra, poluindo rios e nascentes e ao mesmo tempo desperdiçando água irresponsavelmente, sem a consciência de que tudo que estamos provocando ao meio ambiente com a degradação na natureza em prol do tal progresso vai custar caro para nos mesmos! pagaremos caro!
E com certeza o “troco” da mãe natureza não vai sair barato ao ser humano que ocupa o seu solo.
O volume d’água que desabou nos últimos quatro meses criou uma situação extremamente favorável aos desmoronamentos e avalanches de barro e lama que mataram, até este momento, 101 pessoas deixando mais de 78 mil desabrigados. E a fúria da natureza não distinguiu os pobres dos ricos, pois cidades turísticas, ricas e famosas como Camboriú e Blumenau foram tão atingidas quanto os locais mais pobres.
O governo de Santa Catarina assinou decreto de situação de calamidade pública em varias cidades do Estado: Benedito Novo, Blumenau, Brusque, Camboriú, Gaspar, Ilhota, Itajaí, Itapoá, Luis Alves, Nova Trento, Rio dos Cedros, Rodeio, Anitápolis, Araranguá, Antônio Carlos, Balneário de Piçarras, Bom Jardim da Serra, Botuverá, Canelinha, Canoinhas, Chapadão do Lageado, Garuva, Governador Celso Ramos, Gravatal, Guabiruba, Imbuia, Indaial, Jaborá, Lauro Müller, Major Gercino, Orleans, Paulo Lopes, Penha, Pomerode, Porto Belo, Presidente Getúlio, Rancho Queimado, São Bonifácio, São João Batista, São Martinho, São Pedro de Alcântara, Schroeder, Tubarão, Urupema.
Então, com todo respeito, as agressões à mãe Gaia têm a ver com uma conjugação de outros elementos, a ação predatória do “bicho” homem e dos donos do capital.Aquela montanha de carros zerados no pátio das grandes montadoras americanas não é apenas uma imagem da chamada crise financeira mundial.
Trata-se de um retrato de uma sociedade pós-industrial irracional e predatória, ungida no altar do fundamentalismo de mercado, em se pensando os recursos naturais disponíveis à vida humana.
Uma hora a natureza “cobra conta” e muita gente inocente acaba pagando injustamente.
Tangidas pelo modelo social excludente, centenas de famílias moram dependuradas nas encostas dos morros e áreas de risco, na maioria dos casos por absoluta falta de condição sócio-econômica.
Em Jaraguá do Sul (90 mil habitantes) casas de alto padrão estão sendo abandonadas, com todos os bens dentro, na mesma condição dos humildes barracos. Onze pessoas morreram e centenas perderam suas casas, entre sábado e hoje.
Neste macro contexto, as questões relacionadas com o aquecimento do planeta devem, certamente, ter um determinado impacto sobre a tragédia catarinense. Contudo, meu senso comum é incapaz de precisar e quantificar. Desconfio das explicações mistificadas e/ou de via única como esta apresentada no periódico argentino.
Em meio ao caos, destruição, tristeza e mortes, impressionam os gestos solidários que brotam de todos os lados, nas regiões atingidas brutalmente pelas águas de novembro.
Em muitas cidades, galera, o cenário é de um verdadeiro tsunami.
Ajudas
A Defesa Civil catarinense abriu duas contas bancárias para receber doações em dinheiro para ajudar as pessoas atingidas pelos desastres naturais.
Os interessados em contribuir podem depositar qualquer quantia nas contas: Banco do Brasil – Agência 3582-3, Conta Corrente 80.000-7;
ou Besc – Agência 068-0, Conta Corrente 80.000-0.
Todo dinheiro arrecadado será utilizado para compra de mantimentos para os desalojados.
Cloves Ferreira
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